A Copa acabou para o Brasil. Em 45 minutos a gente foi do Céu ao Inferno, e tudo o que foi feito em 3 anos e meio foi pra debaixo do tapete. O mais engraçado disso tudo(pra não dizer triste), é que, em meio a mais importante competição do futebol mundial, era travada uma batalha entre a imprensa nacional e o "homem mais poderoso" do páis(pelo menos nesta época), o Dunga.
Pra gente poder entender como começou a guerra, somos obrigados a voltar um pouquinho no tempo. Mais precisamente lá para 2005, COPA das Confederações. Depois de uma primeira fase bem mais ou menos, onde por muito pouco não somos eliminados pelo Japão(2x2), começamos a jogar bem e passamos em sequencia pela Alemanha(3x2) e goleamos a "hermana" Argentia(4x1). Ali, naquele momento em que demos um show na decisão, estava nascendo o famoso Quadrado Mágico. A imprensa cantava em verso e prosa o (RE)surgimento do futebol arte e praticamente exigia a manuntenção daquele esquema que acabara de triunfar. Pois bem, ao chegar na Copa do Mundo aqueles mesmos que vibravam e exigiam aquela escalação, não estavam satisfeitos somente em exaltar. Queriam ver, queriam vivenciar e exibir cada passo, cada chute, cada pingo de suor despejado por aqueles atletas que estavam se preparando para tentar o Hexa. E assim foi feito, um verdadeiro BIG BROTHER foi montado em torno da seleção, jornais apresentados direto da concentração, teinos ao vivo, horas de flexões e abdominais invadiam nossas casas a qualquer hora do dia, era só ligar a tv. Resultado disso?? Oba oba generalizado, jogadores acima do peso, pouco teino, muitas entrevistas exclusivas, um meião sendo ajeitado e um gol francês nos despachando mais cedo pra casa.
Com o fracasso e o vexame, TODOS aqueles que participaram, ao lado dos jogadores, do circo armado pegaram suas canetas, seus espaços em rádio e televisão, seus blogs e afins e bombardearam da forma mais covarde e irresponsável tudo aquilo que ajudaram a construir(ou desconstruir). Diante do caos, do massacre e da revolta popular, instigada pelos PRINCIPAIS formadores de opinião, a saída era buscar alguém que teria coragem de bater de frente com toda essa gente. Alguém que, em um passado mais longínquo(Copa de 90 pra ser mais exato), já tinha sido execrado e devassado como nenhum outro na história futebolísitica recente havia sido, esse alguém era Dunga.
Vilão em 90, herói em 94 e capitão inconteste desde então até sua aposentadoria, Dunga, mesmo sem ter sido teinador, era capaz de aguentar aqueles que fazem o trabalho mais fácil do mundo, ter razão sempre. Porque ser comentarista esportivo neste país é ser profeta do amanhã ou engenheiro de obra pronta, TODO MUNDO sempre sabe o que o outro deveria ter feito, mesmo que tenha dito o contrário antes. E assim foi feito, em 3 anos e meio Dunga contrariou a vontade dos que mandam no futebol brasileiro, brigou, reclamou, ofendeu, ganhou e calou. Porém levou a guerra que travou a ferro e fogo demais, e em 45 minutos perdeu. Viu seus jogadores se descontrolarem e sucumbirem dentro de campo, e mais uma vez será o inimigo público número 1 até que quem "controla a massa" escolha outro pra apontar como vilão da vez. O remédio virou veneno!
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